Editorial
Realidade incômoda
O título deste Editorial é o mesmo da chamada de capa da edição de sexta-feira do Diário Popular. E é uma verdade, pelos relatos dos moradores. A manutenção da cidade é um tema em bastante evidência, ainda mais em ano de eleição. "Pelotas tá jogada" é argumento de opositores à gestão. A crise financeira é argumento do governo, e faz sentido. No entanto, no meio disso tudo, tem o cidadão.
O cidadão é quem se enrola na grama alta, tropeça ou tem pneus danificados nos buracos nas ruas, que vê a desvalorização de regiões e de imóveis frente à péssima zeladoria do Município neste momento. Como dito acima, faz todo o sentido a Prefeitura estar freando gastos, dada a crise do ano passado, que chegou a culminar em atraso de salários. No entanto, é triste demais viver em uma cidade que se torna menos agradável em termos de convívio nos espaços, em termos de beleza.
O triste disso tudo é ver que Pelotas é uma cidade com tanto potencial que nem caberia neste espaço aqui, de 2,2 mil caracteres, se fosse citar em lista. Somos polo educacional, em saúde, gastronômico, com incontáveis possibilidades em turismo urbano e rural, com arquitetura, com história, enfim. É muita coisa. Só que a gente peca em detalhes que deveriam ser o básico do básico.
Isso afeta completamente a autoestima do cidadão, que acaba enxergando o lugar onde mora com menos gosto. Diminui a alegria de morar em uma cidade em que você sabe que vai ter que andar por aí desviando de buracos, com a grama alta e, mesmo em momento de troca de iluminação por led, alguns pontos de escuridão. Era visível no verão do Laranjal, como no dia do principal espetáculo do Festival Internacional Sesc de música, com a Orquestra da Ulbra tocando Queen, e um quadra inteira da orla, na chegada ao local, totalmente escura. Outro ponto é a popular rótula do Big, que liga três das principais avenidas do Município, totalmente escura.
Como dito lá em cima, é uma pena que toda discussão necessária neste ano vai ganhar carimbo de eleitoreira. Um pouco é, já que o eleitor tem que ficar de olho em propostas. Mas outro tanto é necessidade mesmo, importante discutir no dia a dia. Caso contrário, a gente vai ficar sempre nessa discussão sobre problemas e raramente sobre soluções.
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